A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos Guias, Mentores e Protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

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terça-feira, 16 de julho de 2013

Umbanda e Kardec



A Linha Branca de Umbanda e Demanda está perfeitamente enqua­drada na doutrina de Allan Kardec e nos livros do grande codi­ficador, nada se encontra susceptível de condená-la.

Leal de Souza, intelectual e escritor de origem espírita “kardecista”, tornou-se médium orientado por Zélio de Moraes e, também, o primeiro autor umbandista, com o título O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda, 1933, onde encontramos um capítulo inteiro (capitulo 31) onde defende a origem espírita da Umbanda.

Coloco abaixo apenas algumas passagens deste texto para apreciação do leitor, e faço algumas considerações ao final:

O Kardecismo e a Linha Branca de Umbanda

Por Leal de Souza

A Linha Branca de Umbanda e Demanda está perfeitamente enqua­drada na doutrina de Allan Kardec e nos livros do grande codi­ficador, nada se encontra susceptível de condená-la.

Cotejemos com os seus escritos os princípios da Linha Branca de Um­banda, por nós expostos no "Diário de Notícias", edição de 27 de novembro de 1932...

(...) Os protetores da Linha Branca de Umbanda se apresentam com o nome de caboclos e pretos, porém, freqüentemente, não foram nem ca­boclos nem pretos.

Allan Kardec, a página 215 de O Livro dos Espíritos, ensina:

"Fazeis questão de nomes: eles (os protetores) tomam um, que vos inspire confiança".

Mas como poderemos, sem o perigo de sermos mistificadores, confiar em entidades que se apresentam com os nomes supostos? Allan Kardec, a página 449 de O Livro dos Espíritos, esclarece:

"Julgai, pois, dos Espíritos, pela natureza de seus ensinos... Julgai-os pelo conjunto do que vos dizem; vede se há encadeamento lógico em suas idéias; se nestas nada revela ignorân­cia, orgulho ou malevolência; em suma,se suas palavras trazem todo o cunho de sabedoria que a verdadeira superio­ridade manifesta. Se o vosso mundo fosse inacessível ao erro, seria perfeito, e longe disso se acha ele".

Ora, esses espíritos de caboclos ou pretos, e os que como tais se apresen­tam, pela tradição de nossa raça e pelas afinidades de nosso povo, são humildes e bons, e pregam, invariavel­mente, sem solução de continuidade, a doutrina resumida nos dez manda­mentos e ampliada por Jesus...

(...) O objetivo da Linha Branca é a prática da caridade e Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo pro­clama repetidamente que "fora da cari­dade não há salvação".

A Linha Branca, pela ação dos espí­ritos que a constituem, prepara um am­biente favorável a operosidade de seus adeptos. Será isso contrário aos pre­ceitos de Allan Kardec?

Não, pois ve­mos, nos períodos acima transcritos, que os espíritos familiares, com ordem ou permissão dos Espíritos Protetores, tratam até de particularidades da vida íntima.

No mesmo livro, a página 221-222, lê-se:

"525. Exercem os espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida?".

"Certamente, pois que te aconse­lham."

"- Exercem essa influência, por outra forma que não apenas pelos pen­samentos que sugerem, isto é, tem ação direta sobre o cumprimento das coisas?".

"Sim, mas nunca atuam fora das leis da natureza".

Assim, os caboclos e pretos da Linha Branca de Umbanda, quando intervém nos atos da vida material, em benefício desta ou daquela pessoa, agem confor­me os princípios de Allan Kardec.

Na Linha Branca, o castigo dos mé­diuns e adeptos que erram consciente­mente é o abandono em que os deixam os protetores, expondo-os ao domínio de espíritos maus.

Na página 213 de O Livro dos Espíritos Allan Kardec leciona:

"496. O espírito, que abandona o seu protegido, que deixa de lhe fazer bem, pode fazer-lhe mal?".

"Os bons espíritos nunca fazem mal. Deixam que o façam aqueles que lhe tomam o lugar. Costumais então lançar a conta da sorte as desgraças que vos acabrunham, quando só as sofreis por culpa vossa".

E adiante, na mesma página:

"498. Será por não poder lutar con­tra espíritos malévolos que um Espírito protetor deixa que seu protegido se transvie na vida?".

"Não é porque não possa, mas porque não quer".

A divergência única entre Allan Kar­dec e a Linha Branca de Umbanda é ma­is aparente do que real.

Allan Kardec não acreditava na magia, e a Linha Branca acredita que a desfaz. Mas a magia tem dois pro­cessos:

O que se baseia na ação fluídica dos espíritos, e esta não é contes­tada, mas até demonstrada por Allan Kardec. O outro se fundamenta na volatilização da propriedade de certos corpos, e o glorioso mestre, ao que parece, não teve oportunidade, ou tempo, de estudar esse assunto.

(...) ...a sua insignificante dis­cordância com a Linha Branda de Um­banda desaparece, apagada por estas palavras transcritas do "Livro dos Espíritos", páginas 449-450:

"Que importam algumas dissidên­cias, divergências mais de forma do que de fundo? Notai que os princípios funda­mentais são os mesmos por toda a parte e vos hão de unir num pensa­mento comum: o amor de Deus e a prática do bem"

E o amor de Deus e a prática do bem são a divisa da Linha Branca de Umbanda.

(Revista Espírita)

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A UMBANDA E O EVANGELHO DE JESUS

A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

A Umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar- se é preciso estar pronto para compreender as energias que serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão.. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem.

Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na “individualidade” , no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

A Umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando Suas máximas: “A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas”. “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo”, pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.

Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-Se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro de Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-Se sinalizando para que João O batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os Orixás. Foi preciso que o Messias fosse “iniciado” por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na Umbanda.

Texto extraído do livro “Umbanda Pé no Chão – Um guia de estudos orientados pelo espírito Ramatís ( Editora Conhecimento) - recebido por e-mail enviado em 18/03/2009 por Mãe Vanessa Cabral - Dirigente do Templo Universalista Pena Branca (Filiada da T.U.Caboclo Pery)