A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos Guias, Mentores e Protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Linha de Caboclos



Estou aqui para oferecer um resumo de minha opinião em relação a essa linha, nesse caso me limitarei apenas a ela tentando elucidar apenas um pouco do culto de outras casas.

São espíritos que em sua encarnação foram índios, oriundos das mais variadas regiões de nosso globo, plasmam-se como espíritos que viveram grande parte de sua vida ou toda a sua vida, na floresta, no bom relacionamento com a flora e fauna da região onde viviam.

Gostaria de fazer uma ressalva, que muitos índios, mesmo antes de entrarem em contato com a ciência do homem branco, possuíam uma cultura extremamente avançada, infestada de parábolas e excepcionais filosofias de vida, o interessante, é que muito desse conhecimento, assemelham-se à cultura oriental.

Na Umbanda, eles representam a jovialidade, a força, a juventude, o período mais longo de nossas vidas, onde adquirimos o senso de responsabilidade, formação sólida de caráter e onde toda a nossa inteligência e conhecimento transmutam-se em sabedoria. São espíritos que se apresentam de forma séria, exímios trabalhadores nas demandas, curas e limpezas etéreas, muitos caboclos apresentam-se como verdadeiros conselheiros, amigos, sempre dispostos a fornecer uma palavra de coragem e ânimo, outros caboclos já não são muito de consultas, atuam mais no desmanche de feitiços e outras cargas deletérias que absorvemos direta ou indiretamente do astral.

A Falange de caboclos é muito vasta, muitos atuam nas mais variadas égides, como a de Xangô, Ogum, Oxossi, entre outros orixás, dependendo da vibração da qual o caboclo atua, ele tem uma característica peculiar, uns são exímios curandeiros, outros guerreiros vencedores de demanda, outros muito velhos, servindo como ótimos amigos e conselheiros é uma falange que não possui uma característica padrão em relação ao comportamento da entidade.

Sua cor geralmente é o verde, em alguns casos acrescenta-se o branco, mas pode variar dependendo da vibração atuante do caboclo, seu próprio fio-de-conta pode variar. Suas oferendas geralmente são frutas, flores, alguns solicitam charuto e cerveja em suas oferendas, já vi casos de caboclos solicitarem vinho branco ou tinto. O pano que cobrirá a oferenda também dependerá do caboclo bem como o local da entrega. Alguns recebem em matas fechadas, outros sobre uma pedra, outros mais próximo a um rio, outros em campos altos e de grama rasteira, também dependerá da forma que seu caboclo trabalha e o local escolhido para ele transmutar as energias, cada entidades tem o seu campo santo mediante a vibração que atua, portanto, cada qual tem um local determinante para abrir os seus portais. Sua saudação é Okê Caboclo.

Os caboclos costumam trabalhar com todos os elementais, seja o fogo da vela aliado à fumaça do charuto, onde também representa o elemento ar, a água, a terra, os vegetais. São os verdadeiros guerreiros de Umbanda, sendo muito respeitados pelas demais linhas, geralmente são os responsáveis pelo ori do filho, o mentor de toda a corrente umbandista do médium.

Muitos são os espíritos que atuam sob essa roupagem fluídica, costumo dizer que o caboclo é o alicerce de uma casa de Umbanda, dentro de minha crença, são as entidades que têm total autonomia sobre os exus.

Os caboclos, dependendo da vibração da qual estão imantados, ou seja, energizados, apresentam uma característica diferente, como citado acima. Gostaria apenas de salientar que todos os caboclos possuem a sua vibração original, mas isso não impede que ele possa atuar sobre outras vibrações, por exemplo, o senhor Pena Branca é um caboclo onde sua vibração original é oriunda de Oxalá, mas já vi outros caboclos que trazem o mesmo nome, atuando sob a vibração de Oxossi ou até mesmo Ogum.

Ocorre muita confusão em relação a isso, outro exemplo típico é o Sr. Pena Dourada, originalmente ele é de Oxum, mas já o vi atuando também em filhos de Oxossi. Mas a título de referência, de acordo com a minha experiência, tentarei esmiuçar abaixo de acordo com as minhas experiências: 

Caboclos de Oxalá

 A vibração de Oxalá é aquela que nos traz a Paz, a Pureza de Espírito, são caboclos que atuam na camada mais sutil do Centro, em nossos centros psíquicos, nos preparando para os trabalhos litúrgicos dentro do terreiro. Falam muito baixo, costumam conversar, atuam também na área de saúde. Muitos ocupam cargos de chefia dentro da falange dos caboclos e dos próprios templos.

Alguns caboclos que atuam nessa vibração são Pena Branca, Águia Branca, Urubatão da Guia, Tupã, Aimoré, Caboclo do Sol.

 Caboclos de Iemanjá

 São caboclos que em sua enorme maioria trazem o poder da cura, por serem exímios manipuladores da água, o elemento da vida, possuem grande capacidade para curar, regenerar tecidos recuperar a vitalidade de cada órgão das pessoas. Não são muito sérios, costumam falar mais que os caboclos de Ogum ou Xangô, existe muitas caboclas também sob a vibração de Iemanjá, geralmente são caboclos que atuam na praia ou no mar.

Entre os caboclos mais conhecidos dessa vibração estão Jurema da Praia, Iara, Ondina, Jandira, Jacira, Caboclo da Lua, Beira-Mar, Ubirajara.

 Caboclos de Ogum

 Geralmente são sérios, atuam mais na Ordem do centro, inibindo a ação de entidades maléficas e desmanchando demandas, são austeros, destemidos e onde atuam a Paz deve existir, por trabalharem sob uma vibração que representa a força, o desejo de vitória, limitam-se apenas em trabalhar vencendo as Guerras que cercam os templos Umbandistas, atuam na limpeza da Egrégora da casa.

Alguns deles são: Rompe-Mato, Beira-Mar, Pena Vermelha, Quebra-Ferro, Rompe-Ferro, Sete Estradas, Sete Lanças, Sete Escudos, Sete Ondas.

Caboclos de Xangô

A Vibração de Xangô é a Justiça Carmica, é a Lei irrevogável e onipresente Cosmica, são caboclos extremamente sérios, falam muito pouco, atuam também no trabalho de desmanche de feitiços, fazendo prevalecer a justiça para com os adeptos necessitados, alguns são exímios feiticeiros, curandeiros e quimbandeiros, assim como a maioria dos caboclos de Ogum, os caboclos de Xangô também atuam na esquerda e na direita em sua maioria, a Justiça deve prevalecer independente do que aconteça. Alguns caboclos de Xangô estão diretamente ligado aos exus, que são os soldados do astral que auxiliam na Ordem das coisas.

Seus brados de guerra são muito intensos e breves.

Entre alguns caboclos estão Treme-Terra, Cachoeira, Mata Virgem, Rompe Pedra, Sete Luas, Caboclo do Vento, entre outros.

Caboclos de Oxóssi

De todos os caboclos, são os que mais falam, é a vibração que representa todos os caboclos em geral, costumam apresentar-se como bons conselheiros, ótimos curandeiros e benzedeiros.

Alguns caboclos que atuam sob a égide de Oxossi Guaraná, Jurema, Sete Encruzilhadas, Sultão das Matas, Araribóia, Cobra Coral, etc.

Caboclos de Oxum

São caboclos que trazem todo o encantamento e doçura dessa vibração, Oxum é a vibração de uma verdadeira mãe, protetora, amiga e sábia, assim são os caboclos que atuam sob essa vibração.

Alguns caboclos que já presenciei de Oxum são Pena Dourada, Iracema, Indaiara, Jandira, Jurema dos Rios, etc.

Caboclos de Obaluaie

São muito poucos caboclos que atuam sob essa vibração, são caboclos muito sérios, falam muito pouco e costumam também realizar seus trabalhos na esquerda. Seus brados de guerra geralmente são muito curtos e ocos.

Alguns caboclos da linha de Obaluaie/Omulu são Arranca-Toco, Vira-Mundo, Urutu, etc.

Algumas vibrações como Nanã, Iansã, Oxumaré, geralmente transmitem aos seus filhos boiadeiros, o caboclo que o filho trabalha durante os trabalhos Umbandistas, geralmente é o do segundo orixá de seu ori. Raros os casos, por exemplo, de um caboclo de Iansã, como até mesmo o Ventania, que para mim sua vibração é oriunda de Xangô ou até mesmo Sete Flechas, que eu já vi muita filha de Iansã trabalhando.

Geralmente essa linha é evocada na abertura, para limparem a casa de todos os malefícios que eventualmente ali adentram, em minha opinião, é a linha de maior poder espiritual que atua sobre a egrégora da Umbanda, em outras palavras, em termos de força guerreira; É uma linha que respeito muito e acho de ilibada importância para os trabalhos umbandistas.

Os caboclos também são constituídos de nômades que atuavam no Oriente, já vi alguns caboclos se plasmarem totalmente vestidos, com roupas longas, denotando uma descendência mais oriental, vale lembrar que os índios do norte da América também utilizavam roupas. Muita são as tribos que atuam nos trabalhos de Umbanda, apenas citando alguns: Sioux, Apaches, Chippeway, Comanches, Iroqueses, Navajos, Peles-Vermelhas,  entre outras tribos do norte da América, também temos a presença dos Incas, Maias e Astecas que situavam-se mais na América Central e a vasta quantidade de tribos brasileiras, como Tupiniquins, Tupinambás, Aimorés, Tupis, Tamoios, Guaiacurús, entre outras tribos, onde alguns caboclos receberam como nome de trabalho, o nome de sua própria tribo.

Outro aspecto importante que já vi acontecer em terreiros, é o médium de qualquer forma querer ter um cacique, vale salientar aqui que em nem todos os casos, o cacique é o que possui maior luz, maior hegemonia sobre os trabalhos, vale lembrar que o tempo de trabalho e a intensidade do trabalho de uma entidade é o que determina seu conhecimento, experiência e nível evolutivo, e como eu sempre digo, cada qual na sua função. Nas tribos existiam diversos cargos, como os guerreiros, entre eles, havia o seu chefe de Guerra, os Xamãs, que em algumas tribos também são conhecimentos como pajés, que eram os curandeiros da tribo, muitos eram conselheiros e exímios manipuladores de energia, tinha os vigias, os caçadores, entre outros grandes cargos dentro de uma mesma tribo. O seu pode não ser cacique, pode não ter o penacho até o chão, mas isso no mundo espiritual nada quer dizer, mais vale o grau evolutivo e a forma altruísta de trabalho do seu caboclo ao tamanho do seu penacho. Eu já trabalhei com quatro caboclos, dentre eles, apenas o Sr. Pena Branca era cacique, o meu chefe de ori, Sr Urubatão da Guia era um xamã entre os peles-vermelhas, o caboclo do Sol um curandeiro e feiticeiro e o Rompe-Mato um guerreiro austero.

 Essa é a linha de caboclos, sempre solicitados nas demandas, sempre solicitados quando é necessário a Ordem na Casa e geralmente são os chefes de congas nos terreiros de umbanda, o guia representante da vibração do seu médium e o responsável pelo comando da corrente umbandista de seu filho.

 Fonte http://umbandadochico.wordpress.com

Saravá a Linha de Caboclos.

Okê Caboclo!


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A UMBANDA E O EVANGELHO DE JESUS

A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

A Umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar- se é preciso estar pronto para compreender as energias que serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão.. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem.

Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na “individualidade” , no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

A Umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando Suas máximas: “A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas”. “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo”, pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.

Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-Se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro de Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-Se sinalizando para que João O batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os Orixás. Foi preciso que o Messias fosse “iniciado” por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na Umbanda.

Texto extraído do livro “Umbanda Pé no Chão – Um guia de estudos orientados pelo espírito Ramatís ( Editora Conhecimento) - recebido por e-mail enviado em 18/03/2009 por Mãe Vanessa Cabral - Dirigente do Templo Universalista Pena Branca (Filiada da T.U.Caboclo Pery)