A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos Guias, Mentores e Protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Avante, Filhos de Fé...



Ativismo na Umbanda

1.     Ser ativo ou passivo na Umbanda
A Umbanda é uma religião onde todos são tratados e reconhecidos como iguais, independente da raça, sexo, condição social, espécie, entre outros, e principalmente, é formada por pessoas “ativas”, que se dispõem como voluntários, sem medir esforços para o desenvolvimento espiritual e ajuda ao próximo.

Ser composta por membros ativos permite que a Umbanda seja feita por todos os interessados da comunidade onde ela está inserida, quebrando ainda mais as barreiras de preconceitos e exclusão da sociedade.

Porém, passado certo tempo na religião, algumas pessoas questionam que “se sempre foi assim, o que é que eu posso fazer?”. Nesse caso há uma inversão nos papéis dessas pessoas onde deixam de ser ativas para se tornarem passivas, ou seja, aceitam tudo o que outros dizem ou se tomam a base que está formada no terreiro como verdadeira e imutável, perdendo o interesse na busca por novas informações e bloqueiam o desenvolvimento da Umbanda local.

Afinal, o que “posso fazer?”.

Estudar mais, procurar respostas, questionar os guias, questionar outros sacerdotes e tentar encontrar meios que respondam as perguntas que eliminariam essa conformidade!

Outro fator importante da Umbanda é que não há heresia na religião! Questionar tudo leva ao conhecimento e à evolução, e a Umbanda permite e deve evoluir juntamente com todos os seus membros, pois só assim caminhará lado a lado com a sociedade. 

2. Macumba
Então os verdadeiros umbandistas são ativos, questionadores e pesquisadores. E são macumbeiros?

Depende do que definimos como “macumba”.

Há várias explicações de muitos estudiosos e escritores de religiões sobre a origem da palavra macumba, mas a que é mais aceita por muitos é de que macumba é um instrumento musical de uma tribo africana.

Mas certa igreja, vendo que muitos de seus adeptos começavam a se interessar pelos batuques das senzalas, e com medo de diminuir seu séquito, resolveu criar a ideologia de que aquilo que era praticado pelos negros era diabólico, e associou as palavras africanas mais fortes com satanás, como por exemplo, a palavra Exu passou a ser o próprio anjo do mau, e macumba, que substituía a palavra ebó, que era a oferenda aos Orixás.

O que mais chocava, e ainda choca, as pessoas em um ebó, ou “macumba”, é quando há animais mortos. Há sempre a impressão de que houve tortura para com o animal. Se tiver tortura e cadáver, faz parte do demônio, como pensam a maioria.

Por outro lado, essa mesma igreja pegou as palavras Umbanda, Candomblé e Quimbanda e colocou-as em um liquidificador, misturou tudo, e jogou aos quatro ventos de que era a mesma coisa. Outras igrejas desprovidas de dogmas e por não ter o que dizer, assumiram isso como verdade e adotaram a idéia, chegando escrever até livros sobre o assunto.

Encontramos umbandistas que acham que isso é verdade, de tão boa que a propaganda foi feita.

Para deixar claro, teoricamente a Umbanda não faz o sacrifício animal em seus rituais, mas assim como há muitos candomblés que também não o praticam em seus rituais, há umbandistas que o praticam.

Logo, o umbandista não é macumbeiro que faz um ebó com animal. Mas é macumbeiro quando utiliza vários instrumentos musicais em seus rituais, incluindo a verdadeira macumba, instrumento parecido com um reco-reco.

3.     Ser ou não ser afro
Se a igreja juntou a Umbanda, o candomblé e a Quimbanda como se fosse uma religião só, há algo que as interliga?

Há quem diga que o fato dessas três religiões utilizarem nomes de Orixás africanos elas podem ser chamadas de “afro-brasileiras”, daí a ligação.

Vejamos bem, no caso da Umbanda, que é uma religião originada de uma mistura entre alguns rituais de povos africanos, da igreja católica romana, do espiritismo kardecista francês e ritual indígena brasileiro, e principalmente sobre a orientação dos guias espirituais, tornando-a a mais brasileira de todas as religiões, é mais conveniente intitulá-la de brasileira do que afro-brasileira.

O prefixo afro remete a toda África, continente que possui milhares de povos e tribos com vários rituais e deuses, muito diferente do que é seguido e praticado na Umbanda.

Para reforçar a idéia de que a Umbanda não é afro, notemos que os nomes dos Orixás vieram de várias tribos de regiões diferentes do continente africano, nomes que foram somados ao conhecimento e união de escravos de várias tribos numa mesma senzala, ou posteriormente com a união de escravos de várias senzalas. Muitas tribos adoravam apenas um ou outro desses Orixás e nenhuma adorava a mesma sequência que a Umbanda ou o Candomblé, por exemplo. Há outras tribos que desconheciam por completo esses Orixás e usavam outros nomes ou deuses. Algumas tribos praticavam ritual onde envolvia humanos em sacrifícios. Havia ainda, em uma tribo ou outra, ritual onde era feito sacrifício animal toda vez que ocorria uma sessão religiosa.

Dizer que a Umbanda é afro é aceitar que ela permita em seu dogma um pouco de tudo o que há na África, o que não é verdade, pois apenas uma pequena parcela de ritual africano é que é utilizado.

Mas para muitos, a Umbanda é afro-brasileira, e neste caso é desconsiderado o restante dos rituais da África. As parcelas do ritual católico, francês, indígena brasileiro e espiritual são ignoradas nessa definição, senão poderíamos definir como religião afro-ítalo-franco-ameríndia-brasileira.

E tem mais. Por ser considerada afro-brasileira, dizem que a Umbanda é irmã de outras religiões afro-brasileiras, como o Candomblé, por exemplo, e por isso, deve haver uma parceria de uma para com a outra.

4.  Respeito e apoio
Por ser religião, a Umbanda deve ter e manter respeito por todas as religiões. Todas sem exceção. Independente de ser ou não afro, a questão de irmandade pode ou não ser considerada, mas o que devemos ter em mente é: respeito é diferente de apoio.

Apoiar algo é aprovar o mesmo, e desde que não fira os dogmas da religião é louvável se, além da parceria, há o apoio por outra religião.

Para ilustrar a diferença entre respeito e apoio, tomemos como exemplo um caso recente (novembro/2010) onde o prefeito Barjas Negri de Piracicaba, vetou a lei proposta pelo vereador Laércio Trevisan Jr., de proibição do uso de animais em rituais religiosos. (veja mais em: http://www.tribunatp.com.br/modules/news/article.php?storyid=7405).

Se a lei fosse sancionada pelo prefeito, abrir-se-ia precedente para que outras cidades proibissem o uso de animais em rituais religiosos, prejudicando diretamente o Candomblé, que é quem utiliza os mesmos em seus rituais.

Se a Umbanda é preservação da natureza, é paz e amor, é respeito por todas as formas de vida, e não utiliza animais em seus rituais, não faz sentido a Umbanda apoiar o Candomblé nesta suposta vitória com o veto do prefeito de Piracicaba.

Apoiar, neste caso, remete a Umbanda a aceitar que animais sejam imolados por outras religiões, quebrando assim as bases que contradizem o mesmo.

Neste caso, a posição que deveria ser assumida pelos umbandistas seria: respeitamos o Candomblé com seus rituais, mas não apoiamos o veto do prefeito de Piracicaba e não vemos motivos para comemoração, pois quem sai perdendo são os animais, que são sagrados para a Umbanda.

Simplesmente apoiar o veto e dizer que isso é uma vitória das religiões afro-brasileirasé assumir a posição passiva da Umbanda, e se conformar: se sempre foi assim, o que eu posso fazer?

5.  Porque a Umbanda respeita os animais
Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella “nós somos mortais e todos os outros animais são imortais, pois os seres humanos são os únicos que tem a consciência de que vai morrer, pois quando não há a consciência não existe o fato para aquele que não o sabe. O animal vive cada dia como se fosse o único e o ser humano vive cada dia como se fosse o último”.

Infelizmente, por se achar o ser mais inteligente do nosso planeta, o ser humano acredita ser o único que possui espírito, e o resto é criação divina para servir ao bem estar do homem.

Tendo ou não consciência de sua existência, sabendo ou não reconhecer-se em um espelho, tendo ou não inteligência para solucionar problemas complexos, os animais sentem dor, medo, fome, frio, alegria, ansiedade, entre tantos sentimentos iguais aos sentimentos humanos. Se há sentimento, há espírito. Se há espirito, neste caso temos a irmandade entre humanos e animais.

Se o espírito humano é mais ou menos evoluído que o espírito do animal não cabe neste texto.

Se os animais possuem espírito eles merecem o mesmo respeito que os humanos.

A Umbanda respeita toda a criação divina. Sejam humanos, animais, plantas, água, ar, etc., tudo merece respeito.

Acreditar que o ser humano é o centro da criação divina vai contra os ensinamentos dos guias espirituais que dizem que todos os seres são iguais. Os animais não foram criados para a subserviência do homem.

Se somos iguais, se possuímos espíritos, se temos a mesma importância na criação divina, qual é a diferença do sacrifício animal do sacrifício humano?

Não há.

Matar um bode para utilizar seu sangue pode ser considerado o mesmo que matar uma criança para o mesmo objetivo.

O que alegam os responsáveis pelo sacrifício é a dificuldade em conseguir o sangue para o ritual, aparentemente necessário para se conseguir axé e energias.

O que a Umbanda faz é substituir o sangue animal pelo sangue vegetal em seus rituais sem perder o axé e poder. O sangue vegetal pode ser o sumo de plantas ou o mel, por exemplo.

Assim como há várias “umbandas”, onde uma ou outra faz o uso do sangue animal, há candomblés que não fazem o uso do mesmo, como exemplo, há o Candomblé Verde http://verdesfolhas.blogspot.com/.

6.     Mudanças na Umbanda
A Umbanda é uma grande religião formada por vários segmentos e vários pensadores e estudiosos que delineiam seus caminhos, sem um órgão centralizador, e por isso não possuem heresias em seus fundamentos.

Questionar os dogmas da religião pode levar a evolução, o que trás melhorias, axé e forças para todos.

Ao trocar o axé animal pelo axé vegetal, não houve perda de axé no ritual umbandista, houve aumento de axé, pois foi substituído a dor e sofrimento de um animal pela força e energia contidas nas plantas e ervas.

Há terreiros que estão substituindo o marafo dos Exus por água de coco.

Substituiu-se o fumo industrializado com substancias tóxicas, por mistura de ervas naturais.

São pessoas ativas que buscam soluções e melhorias. São essas pessoas que questionam os porquês de cada coisa, buscam respostas e ajudam na evolução da Umbanda.

Umbanda repensada, questionada e estudada, é uma Umbanda que evolui e respeita a criação divina, respeita os seres humanos, os animais e as plantas.

Se sempre foi assim, quero saber por que, se puder irei mudar, melhorar e ajudar.


Por: Newton Carlos Marcellino



Umbanda é... Religião, Brasileira, Caridade, Caminho, Fé, Respeito, Cristã, Viva, Salve, Saravá... Umbanda é Amor!

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A UMBANDA E O EVANGELHO DE JESUS

A Umbanda vivencia o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos Orixás. Encontramos no terreiro da verdadeira Umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

A Umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar- se é preciso estar pronto para compreender as energias que serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão.. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem.

Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na “individualidade” , no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

A Umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando Suas máximas: “A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas”. “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo”, pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.

Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-Se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro de Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-Se sinalizando para que João O batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os Orixás. Foi preciso que o Messias fosse “iniciado” por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na Umbanda.

Texto extraído do livro “Umbanda Pé no Chão – Um guia de estudos orientados pelo espírito Ramatís ( Editora Conhecimento) - recebido por e-mail enviado em 18/03/2009 por Mãe Vanessa Cabral - Dirigente do Templo Universalista Pena Branca (Filiada da T.U.Caboclo Pery)